Começo minha reflexão sobre os teóricos da educação falando sobre Jean Piaget, que com a
Teoria Cognitiva criada para explicar o desenvolvimento cognitivo humano, abre caminho para vários outros pensadores da educação.
Ao pensar o ser humano sob a perspectiva de construtor de seu próprio
conhecimento, que ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em
assimilação ou,
acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de
esquemas ou
conhecimento, Piaget afirma que os seres humanos passam por,uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
A
interação organismo e meio, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
· Pressupostos básicos de sua teoria:
o interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.
Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.
A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).
Contemporâneo a Piaget encontramos Vygotsky construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela
interação do sujeito com o meio.
No Brasil não podemos esquecer a grande contribuição de Anísio Teixeira, que lutou pela reconstrução da educação nacional, tendo como referência a democracia e a ciência, defendeu o ensino público e democrático afirmando: “A escola é local propício para a construção desta consciência social. Nela o indivíduo adquire valores; nela há condições para formar o ser social”.
Para compreender o pensamento de Anísio Teixeira, devemos situá-lo no movimento educacional renovador brasileiro, cujas bases encontram-se no escolanovismo surgido em fins do século XIX, na Europa e nos Estados Unidos. Este movimento opunha-se às práticas pedagógicas tidas como tradicionais, visando uma educação que pudesse integrar o indivíduo na sociedade e, ao mesmo tempo, ampliar o acesso de todos à escola.
"Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.”
E Paulo Freire e sua pedagogia da autonomia, o ensinar e suas exigências para que não caiamos em uma transmissão de conhecimento, ao contrário, o educador deve ser um facilitador do pensamento investigativo, criador, curioso, persistente, inquieto ... não se ater apenas a conteúdos contidos em livros fora do contexto do educando, mas tendo respeito a sua autonomia, dignidade e identidade.
“Educar é construir, é libertar o homem do determinismo, passando a reconhecer o papel da História e onde a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão individual, como em relação à classe dos educandos, é essencial à prática pedagógica proposta. Sem respeitar essa identidade, sem autonomia, sem levar em conta as experiências vividas pelos educandos antes de chegar à escola, o processo será inoperante, somente meras palavras despidas de significação real.”
Paulo Freire
Cito ainda os mais novos pensadores da educação como: Edgard Morim e os sete saberes necessários à educação do futuro, que dizem respeito aos setes buracos negros da educação.
Phillippe Perrenoud , que discorre de forma clara e explicativa, sobre temas complexos e atuais e se faz reconhecido quando afirma "Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar uma série de situações".
César Coll, que Inspirado em Jean Piaget, orienta todo seu pensamento numa concepção construtivista de ensino-aprendizagem defendendo a
necessidade de um plano curricular que satisfaça de forma articulada, todos os níveis do funcionamento de uma escola , tendo como
prioridade o que aluno aprende, não o que
o professor ensina,
Fernando Hernández que se baseia nas idéias de John Dewey e propõe que o docente abandone o papel de "transmissor de conteúdos" para se transformar num pesquisador, defende ainda que os alunos tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações.
"Todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto", diz Hernández
Antonio Nóvoa que traz para o foco a discussão sobre a qualificação profissional, ao reunir artigos de autores que refletem sobre o assunto.
"O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente", diz Nóvoa.
O colombiano Bernardo Toro afirma que "Para que seja eficiente e ganhe sentido, a educação deve servir a um projeto da sociedade como um todo." E elaborou uma lista onde identifica as sete competências que considera necessárias desenvolver nas crianças e jovens para que eles tenham uma participação mais produtiva no século 21. São estas as sete competências:
1) Domínio da leitura e da escrita;
2) Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas;
3) Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;
4) Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social;
5) Receber criticamente os meios de comunicação;
6) Capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada;
7) Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.
Todos estes e outros teóricos que tive a oportunidade de ler revelaram em seus estudos, pesquisas, questionamentos, a meu ver uma única meta, a de promover a educação em todos os níveis, desvendando os processos de aprendizagem , buscando estabelecer um processo educativo que atenda as necessidades e os anseios do homem no seu contexto social.
O homem é um ser social e este ser inicia seu processo educativo a partir de seu nascimento, os traços culturais adquiridos ao longo de sua vida o acompanharão comunicando a pessoa que é.
Dar continuidade a este processo em um espaço escolar
não destitui este homem de sua carga sócio-cultural, pelo contrário, este deve ser um espaço onde todo este
conhecimento assistemático seja visto, aproveitado e utilizado como riqueza na construção de um
conhecimento individual e coletivo.
Todos os esforços devem estar voltados para a promoção do homem que deve ser construído a partir de suas descobertas, junto com seu grupo, dentro desta formação humana heterogênea, mediados por um educador que não se limita a dar respostas como alguém que detém todo o
conhecimento, um sofista, mas aquele que caminha junto, instigando, provocando, questionando... Facilitando uma aprendizagem significativa para não serem apenas assimilados conteúdos, mas como atores sociais, adquiram melhores habilidades e competências para pensar, criticar, tomar decisões ...
Creio que não há em nossa sociedade a necessidade de buscarmos técnicas de aprendizagem, métodos condicionantes
e redutores, como com todo respeito vejo o behaviorismo de Skinner , que limita-se a reação de estímulos, como um reflexo condicionado.
O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. O princípio do behaviorismo é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável.
Estamos em um mundo sem fronteiras, que aprende a cada dia a lidar com as diferentes realidades, estamos longe de reconhecer o outro como igual, mas já não estamos mais no início desta caminhada, avançamos alguns passos, a educação à distância é exemplo desta troca de vivência e informação, deste avanço em busca de uma educação onde os fatos concretos não sejam menores que as nomenclaturas e neologismos que a definem.
http://www.smec.salvador.ba.gov.br
http://www.scielo.org